Air apresenta a história do icônico tênis de basquete criado para Michael Jordan – FILMES, por Rudney Flores
Após um período de sete anos, Ben Affleck retorna à direção de cinema com Air – A História por Trás do Logo, uma das principais estreias da semana nas salas do Brasil. A produção conta a história do icônico tênis Air Jordan, criado especialmente para Michael Jordan, o maior jogador de basquete da história do basquete.
O astro da bola laranja é tema, mas praticamente não aparece na produção, que é centrada em personagens da empresa Nike, na qual o calçado clássico foi planejado e lançado. O ano é 1984 e um talentoso de jogador de 19 anos acaba de ser selecionado para jogar no Chicago Bulls. As gigantes do material esportivo no basquete na época, Converse e Adidas, preparam propostas para fornecer tênis para o jovem promissor. Correndo muito por fora estava a Nike, que era apenas a terceira força no segmento, sendo mais conhecida como fabricante de tênis de corrida.
A Converse era a marca das estrelas Magic Jonhson, do Los Angeles Lakers, e Larry Bird, dos Boston Celtics. E a Adidas era cultuada pelos jovens jogadores, incluindo o próprio Jordan, que dizia que nunca calçaria Nike. Nesse cenário, um executivo desta última, Sonny Vaccaro (Matt Damon), teve uma visão e insistiu para que a empresa fosse atrás da futura estrela, mesmo contra todos os prognósticos.
O filme de Affleck se insere em uma categoria especial, quase um gênero, a dos filmes que exaltam alguns dos valores positivos que construíram os Estados Unidos como país, levando-o à liderança do mundo – ambição, perseverança, criatividade, ousadia, coragem, entre outros. E com roteiros bem escritos – no caso de Air, o ótimo texto é do estreante Alex Convery –, esse tipo de produção empolga e conquista os espectadores, transformando histórias que podem até ser muito simples – ou que nem aconteceram exatamente da forma como será descrito na tela grande – em emocionantes e inspiradoras sagas de superação.
Contribui muito também quando há um grande elenco. No caso de Air, além de Damon – que repete de certa forma seu papel em Ford vs. Ferrari, outro filme que também exalta uma história americana –, a força-motriz da trama, há bons trabalhos de coadjuvantes como o próprio Affleck, que vive Phil Knight, o criador da Nike; Jason Bateman (da série Ozark) como Rob Strasser e Chris Tucker (da franquia A Hora do Rush) como Howard White, ambos executivos da empresa; Chris Messina (Argo), que vive David Falk, o empresário do jogador; e a sempre sensacional Viola Davis (Oscar de atriz coadjuvante por Uma Cerca Entre Nós), que dá vida a Deloris, a mãe de Michael Jordan.
E Ben Affleck novamente comprova seu talento atrás das câmeras, dessa vez com um filme que também é leve e muito divertido. Cotação: Ótimo.
Trailer de Air – A História por Trás do Logo:
Super Mario
A grande maioria dos videogames que chegaram ao cinema não recebeu uma boa adaptação. Foi o caso do primeiro deles, Super Mario Bros., uma verdadeira bomba dos anos 1990, estrela por Bob Hoskins e John Leguizamo, que não esteve à altura do sucesso que os simpáticos irmãos encanadores faziam nos consoles desde 1983, ano em que o jogo foi lançado pela Nintendo.
Trinta anos depois desse fracasso e 40 após a criação do game por Shigeru Miyamoto, Mario e Luigi retornam à tela grande, mas dessa vez no formato animação, com Super Mario Bros. – O Filme.
A produção dirigida por Aaron Horvath (do divertido Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas) e o novato Michael Jelenic investe em uma aventura muita colorida e recheada de referências que vão alimentar à nostalgia dos jogadores ao game original e suas sequências, além de outras criações da Nintendo, como Donkey Kong (também de Miyamoto).
A história de origem apresenta os encanadores e irmãos Mario e Luigi iniciando sua empresa em Nova York. Desacreditada pela própria família, a dupla se envolve de forma atrapalhada em um trabalho para salvar o bairro Brooklyn, onde moram na Big Apple, e acabam achando um portal dimensional, indo parar em um mundo mágico.
Luigi cai no Mundo das Sombras, comandado pelo malvado Bowser, enquanto Mario chega ao Mundo dos Cogumelos, que tem como líder a princesa Peaches. O encanador do macacão vermelho quer salvar o irmão do macacão verde, mas para isso precisará enfrentar diversos desafios que remetem ao que é jogado nas variações do videogame.
A produção não perde muito tempo em desenvolver os personagens e parte logo para a ação acelerada, com boa trilha sonora e diversos easter eggers para os gamers. Uma aventura simples e curta, além de muito leve, que deve divertir toda família e principalmente fãs, mas também quem nunca um dia teve contato com os jogos retratados no desenho.
A dublagem brasileira faz um ótimo trabalho, como é costumeiro na classe no país, e a versão original, com poucas sessões à noite em Curitiba, destaca algumas estrelas de Hollywood com dubladores dos personagens principais: Chris Pratt (franquia Guardiões da Galáxia) como Mario, Anya Taylor-Joy (Fragmentado) interpreta a Princess Peach; Jack Black (Escola de Rock) faz o vilão Bowser; e Seth Rogen (Os Fabelmans) é o Donkey Kong. Cotação: Bom.
Trailer de Super Mario Bros. – O Filme:
Crédito da imagem: Skydance Media/Amazon Studios
Rudney Flores é jornalista formado pela PUCPR, assessor de imprensa e crítico de cinema, com resenhas publicadas nos jornais Gazeta do Povo e Jornal do Brasil.